SÓ FALTA O ALI BABÁ

Procurador denuncia 40
SÃO PAULO (Reuters) - O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncias contra 40 pessoas envolvidas no chamado esquema do mensalão, incluindo três ex-ministros, e dirigentes do PT e de partidos aliados do governo, informou o Ministério Público Federal nesta terça-feira.
Eles são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão ilegal de divisas, corrupção ativa e passiva e peculato.
Entre os denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) estão os ex-ministros José Dirceu, Luiz Gushiken e Anderson Adauto, o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o empresário Marcos Valério de Souza, o publicitário Duda Mendonça, deputados e três membros da antiga cúpula do PT --o ex-presidente José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o secretário-geral Silvio Pereira.
O procurador denunciou parlamentares de cinco partidos --PP, PL, PTB, PMDB e PT-- que teriam se beneficiado do esquema e vão responder por corrupção passiva e peculato. Entre eles estão João Paulo Cunha e Professor Luizinho (PT-SP), José Janene (PP-PR) e Romeu Queiroz (PTB-MG), além de Valdemar Costa Neto (PL-SP) e José Borba (PMDB-PR), que renunciaram ao mandato, e Pedro Corrêa (PP-PE), que foi cassado.
Segundo as investigações do procurador-geral, que ainda pode fazer novas denúncias, o esquema do mensalão "era uma organização criminosa dividida em três núcleos: o político-partidário, o publicitário e o financeiro".
Para o procurador, havia um núcleo "político partidário" que visava "garantir a permanência do PT no poder" comprando votos e adesões por meio do financiamento irregular de campanhas. Esse núcleo era, segundo Souza, composto por Dirceu, Delúbio, Silvio Pereira e Genoino.
Valério e seus sócios, de acordo com o procurador, buscavam receber "vantagens indevidas de integrantes do governo federal e de contratos com órgãos públicos".
O terceiro núcleo seria formado por José Augusto Dumont, Kátia Rabelo, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane, que teriam como objetivo obter "vantagens indevidas" para facilitar operações de lavagem de dinheiro, disse o procurador-geral.
(Por Maurício Savarese e Marcos de Moura e Souza)
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